quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vida Noturna

Vida Noturna


Como um gato espreita à noite enluarado,
Sedento, ansioso e impassível.

Sabedor de que logo fitará algo saboroso,
Que em suas entranhas há de passar.

Tem de ser preciso,
Pois a sua presa não facilitará.

O bote certeiro deve ser,
Ele não pode vacilar deixar passar.

A vida noturna é curta, muito breve,
Em especial para suas vitimas.

Como um gato silencioso a noite se vai,
Sem deixar vestígios para trás.

Conhecimento X Informação: Uma discussão necessária

  
Conhecimento X Informação: 
Uma discussão necessária

Há tempos, desde a Grécia antiga até nossos dias, assistimos à oscilação da ciência caracterizada por momentos de estabilização e de rupturas. Participamos dessas mudanças  quando discorremos sobre questões do racionalismo versus empirismo versus construtivismo ou quando confrontamos ciência antiga com a ciência moderna. Esse movimento descontínuo nos aponta para diferentes maneiras de conhecer, elaborar e construir novos conceitos, segundo Kuhn (2000), novos paradigmas, e para Foucault (2002), novas epistemes, que exprimem significativas transformações que refletem nas diversas áreas tecnológicas, organizacionais, informacionais, culturais e sócio interacionais.

A diversidade da caracterização e da interpretação desta nova ordem é proporcional a multiplicidades de abordagens científicas e filosóficas. Procuramos neste texto situar a Filosofia da Linguagem no âmbito da Filosofia e das demais áreas que se preocupam com as questões sobre a linguagem. Alguns filósofos pós-modernos, pós-estruturalistas, tais como, Jaques Derrida, Giles Deleuze, Lyotard e Jean Baudrillard começaram a se preocupar com os fenômenos sociais e humanos e desconstruíram o discurso filosófico sobre os valores ocidentais dos princípios e das concepções de Deus, Razão, Sujeito, Verdade, Ordem, Ciência, Ser. Para esses autores desconstruir o discurso não significa destruí-lo, nem mostrar como foi construído, mas refletir sobre o não-dito por trás do que foi dito, buscar o silenciado (reprimido) sob o que foi falado.
A Filosofia da Linguagem consiste num dos ramos da Filosofia que reflete sobre os problemas da linguagem, mas de modo distinto das questões que se ocupam os gramáticos, os psicólogos e os antropólogos. Alston (1972) apresenta um levantamento das várias questões que interferem para que esta se defina justificando que não há critérios nítidos para manter um princípio de unidade como na maioria dos outros ramos da Filosofia.
Auroux (1998) também reflete sobre diferentes abordagens que a literatura dedica à Filosofia da Linguagem e expõe algumas questões que referenciam o seu processo histórico e à atribuição de um lugar central às Ciências da Linguagem. Em linhas gerais, ele argumenta que, ao tentar compreender a Filosofia da Linguagem, estamos refletindo a Filosofia e acrescenta “a filosofia não é nem um pronto pensar nem uma apresentação de doutrinas estandardizadas; ela consiste antes de tudo em mexer com a cabeça das pessoas!” (AUROUX, 1998: 24).